CATEDRAL METROPOLITANA DO RIO


O cone de fé que rompeu tradições e virou marco urbano.

Com forma inusitada e arquitetura arrojada, a Catedral de São Sebastião virou cartão-postal moderno da cidade e símbolo da renovação religiosa do século XX.
Em meio aos prédios comerciais e ao frenesi do centro do Rio de Janeiro, uma construção em forma de cone gigante chama a atenção de quem passa pela Avenida Chile, na Lapa. Trata-se da Catedral Metropolitana de São Sebastião, mais conhecida como Catedral do Rio. Inaugurada em 1979, ela é uma das obras arquitetônicas mais ousadas do Brasil e um verdadeiro divisor de águas na paisagem religiosa da cidade.

A nova catedral foi construída para substituir a antiga Sé, localizada na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, que já não comportava mais o número de fiéis e eventos litúrgicos da Arquidiocese. A ideia era criar um espaço moderno, com capacidade para grandes celebrações e que fosse o novo centro da vida católica da capital fluminense.

O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, inspirado nas pirâmides maias, com influência também da arquitetura modernista brasileira. A estrutura tem forma cônica, com 106 metros de diâmetro na base, 96 metros de altura e capacidade para cerca de 20 mil pessoas em pé. Sua construção desafiou conceitos tradicionais de igrejas católicas, rompendo com torres sineiras, colunas clássicas e ornamentação barroca.

O grande destaque interno são os quatro vitrais gigantes, que se estendem do chão ao teto e representam os quatro evangelistas. Eles têm 64 metros de altura e, ao se encontrarem no topo, formam uma cruz iluminada pela claraboia central. A luz natural que penetra no espaço cria uma atmosfera única e contemplativa, apesar do concreto bruto que domina a construção.

No altar central, ergue-se uma enorme cruz suspensa, feita de bronze, que parece flutuar sobre os fiéis. A ausência de divisões ou paredes internas proporciona uma acústica excelente, frequentemente aproveitada em missas solenes, cantatas e concertos religiosos.

A Catedral Metropolitana é dedicada ao padroeiro da cidade, São Sebastião, cujo corpo está enterrado na cripta, junto aos restos mortais de antigos bispos e arcebispos do Rio. Além da importância espiritual, o local também funciona como ponto turístico e educacional, com visitas guiadas e uma cripta subterrânea que abriga o Museu Arquidiocesano.

Embora tenha gerado polêmica em sua época de inauguração — por ser considerada “fria” ou “estranha” por alguns fiéis mais conservadores — a Catedral do Rio acabou conquistando espaço no coração da cidade. Hoje, integra roteiros de visitação cultural, sendo parada obrigatória para turistas e símbolo da fé carioca no século XXI.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Mais Destaques

Posts Relacionados