O MONUMENTO QUE VIROU CORAÇÃO DO BRASIL


Os bastidores do Cristo Redentor e os segredos do Corcovado.

O Rio de Janeiro possui muitos símbolos, mas nenhum é tão icônico e reconhecido quanto o Cristo Redentor. Inaugurado em 12 de outubro de 1931, no alto do Morro do Corcovado, com seus 38 metros de altura e braços abertos sobre a Baía de Guanabara, a imagem do Cristo é mais do que uma escultura: é um ponto de união entre o sagrado e o secular, entre o passado e o presente do Brasil.

A ideia surgiu ainda no final do século XIX, mas só ganhou força nos anos 1920, quando o Círculo Católico lançou uma campanha para construir um símbolo religioso no alto do Corcovado. O monumento seria não apenas um marco da fé cristã, mas uma forma de celebrar o centenário da independência do Brasil, em 1922.

Uma obra de engenharia monumental
Projetado pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa e com escultura de autoria do artista franco-polonês Paul Landowski, o Cristo foi um dos maiores desafios de engenharia da época. As peças foram produzidas no Brasil e na França, sendo transportadas por trem até o alto do Corcovado — numa época em que não havia estrada de acesso.

A construção durou quase 10 anos e mobilizou centenas de trabalhadores. O revestimento do monumento foi feito com milhares de pequenas pedras-sabão, cuidadosamente coladas à mão por operárias — muitas delas mulheres cariocas contratadas especialmente para a tarefa. A escolha da pedra-sabão se deu por sua durabilidade e resistência ao calor e ao tempo.

Por dentro do Cristo
O que poucos sabem é que o Cristo Redentor possui um interior oco, com estruturas de ferro e concreto. Existe uma escada interna com mais de 220 degraus que leva até a cabeça da estátua. Nela, há pequenas janelas que permitem uma das vistas mais espetaculares do Rio — mas esse acesso é restrito apenas a técnicos que realizam manutenções periódicas.

Durante anos, o acesso ao monumento era difícil, feito apenas por trem ou a pé. Com a chegada dos elevadores panorâmicos e escadas rolantes em 2003, a visitação foi ampliada, tornando o Cristo mais acessível a idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida.

Símbolo de fé e união
O Cristo Redentor já foi palco de grandes eventos, como missas, concertos e até pedidos de casamento. Em momentos de tragédia ou celebração, ele se ilumina com as cores do mundo: verde e amarelo na Copa do Mundo, rosa no Outubro Rosa, azul em apoio ao autismo e até com as bandeiras de países em momentos de solidariedade.

Durante a pandemia de COVID-19, o monumento foi iluminado com a imagem de médicos e enfermeiros em homenagem aos profissionais da saúde — mais uma vez reafirmando seu papel de símbolo universal de esperança.

O Cristo é nosso
Mais do que atração turística, o Cristo Redentor é parte da alma carioca. E mesmo os que passam por ele todos os dias, do ônibus ou do carro no Rebouças, não deixam de sentir algo especial ao vê-lo lá no alto, com os braços abertos sobre a cidade.

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