A GERAÇÃO DOS SEM PRAIA


Muitos jovens cariocas estão abandonando a praia, símbolo do Rio. Mas afinal, por que o mar está perdendo os jovens?

Durante décadas, a praia foi sinônimo de Rio de Janeiro. Era ali que os jovens se encontravam, formavam tribos, jogavam altinha, surfavam, paqueravam. Era o palco da liberdade. Mas, de uns anos para cá, algo mudou. Um número crescente de adolescentes e jovens adultos não vê mais graça em ir à praia.

A ascensão da vida digital
A primeira grande mudança é de comportamento. Jovens estão trocando o sol e o mar por telas. TikTok, jogos online, maratonas de séries — tudo acontece no conforto do ar-condicionado. Um estudo da UFRJ mostrou que 68% dos jovens entre 13 e 21 anos do Rio preferem sair para shoppings ou centros culturais do que para a praia.

Problemas que afastam
Medo da violência: os relatos de arrastões, furtos e confrontos assustam pais e jovens.

Corpo como pressão: a ditadura da estética afasta quem não se sente à vontade com seu corpo.

Poluição: praias como São Conrado e até Ipanema têm enfrentado níveis alarmantes de poluição.

Falta de sombra e estrutura: o aumento das temperaturas torna difícil passar horas na areia sem suporte adequado.

Mudanças culturais e novas tribos
Em vez da tradicional “galera da praia”, os jovens estão criando novas tribos: os do skate na Praça XV, os do rolezinho na Lapa, os do K-pop em eventos fechados. A praia ainda existe — mas como opção esporádica, e não mais rotina.

Como trazer a nova geração de volta ao mar?
Campanhas como “Praia Limpa”, eventos de música e práticas esportivas (como vôlei e slackline) têm atraído parte dessa juventude de volta à orla. Mas é preciso mais: segurança, acessibilidade e conexão com seus valores.

O desafio está lançado: reconectar o jovem carioca com o oceano que sempre fez parte da sua identidade.

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