O buraco que cabe um apartamento já completou até aniversário e mesmo estando em local de relativa importância e causando sérios problemas continua sem solução pelas autoridades.

Uma vergonha! No último dia 9 de abril, um buraco, aliás, uma cratera do tamanho de um apartamento, em uma rua de área nobre do Grajaú, completou aniversário de um ano.

E como se não bastasse esse absurdo, há alguns meses, também começou um vazamento de esgoto no mesmo local, se misturando à agua parada.

Já faz tanto tempo do rompimento da tubulação que dentro da enorme cratera quase não se enxerga mais a água em seu interior, devido ao mato que cresceu em seu interior.

Atualmente, as obras na rua Comendador Martinelli, em frente ao número 610, estão totalmente paralisadas e, além do enorme buraco, dois enormes contêineres ocupam a já estreita rua de paralelepípedos. Além de área residencial a rua é caminho para o Parque Estadual do Grajaú, área visitada por famílias e até turistas, que promete ser reaberta neste mês de agosto.

RATOS E DOENÇAS

Além do transtorno para os motoristas que tentam trafegar pelo local e para a imagem da cidade, o enorme buraco trouxe visitantes indesejados para os moradores. “São muitos mosquitos e ratos. Se a gente ficar aqui do lado por muito tempo nem vai poder doar sangue, já que os mosquitos levaram tudo”, relatou, com muito bom humor, o morador Jorge Cunha.

Jorge apenas se esqueceu de falar da nuvem de moscas e de outros insetos não identificados que permeiam o local, e que incomodaram a nossa equipe durante a reportagem.

Apesar do bom humor do morador, diversas doenças graves podem ser causadas com a situação e dentre as mais conhecidas estão a leptospirose, dengue, chikungunya e zika.

A ORIGEM

O problema original foi o rompimento de uma tubulação de escoamento da água da chuva, próxima a uma encosta, causando o buraco, acúmulo de água em uma espécie de reservatório, erosão do solo e por muitas vezes o transbordamento, quando chove forte. Nesse caso, com o recente vazamento de esgoto, a perigosa mistura toma conta das ruas e invade até casas.

AUTORIDADES NÃO SE ENTENDEM

Em reportagem a uma emissora de televisão, ainda no ano passado, cerca de um mês após o rompimento, tanto a Prefeitura quanto a Cedae afirmaram não saber do caso, garantindo que enviariam equipes ao local para averiguarem, mesmo os moradores já tendo feito diversas reclamações.

Já em maio deste ano, em resposta a uma solicitação do portal Grande Tijuca, estranhamente a Secretaria de Conservação Municipal informou que a obra começou em dezembro,  somente oito meses depois, mas nem isso ocorreu de fato. Já o superintendente municipal da região, Hugo Leal, na mesma reportagem culpou a burocracia de uma licitação e a pandemia para explicar o atraso, e previu o término da obra para o mês de junho, o que também não ocorreu. Na mesma conversa, ele também informou que o município estava trabalhando em conjunto com a Cedae, mas, em uma nota, esta afirmou que o problema era da prefeitura. O que também é curioso, pois o esgoto é uma reponsabilidade da empresa estadual. Ou seja, as autoridades não se entendem.

ESPECULAÇÕES O jornal Correio Carioca apurou que no início do ano uma empresa foi contratada pela prefeitura para executar a obra, orçada em aproximadamente R$ 350 mil, e chegou a quebrar metade da rua, mas parou o serviço deixando a cratera aberta. Alguns moradores informaram que funcionários da empresa alegaram que não se encontrou a tubulação rompida, mas este seria um problema de fácil solução, o que causou estranheza a todos. “É assim que uma obra de R$ 350 mil vai para uns 2 milhões com o nosso dinheiro”, especulou revoltado um morador que não quis se identificar.

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