Tradicional, urbanizada e ao lado da floresta que é o pulmão carioca. Mas como ela surgiu e como de ocupação dos antigos jesuítas se transformou no que é hoje? Confira!
A Zona Sul da Zona Norte é autossuficiente, tanto em sua estrutura,quanto no orgulho de seus moradores, em sua maioria de classe média e classe média alta. Seus bairros, Tijuca Grajaú, Vila Isabel, Andaraí e Maracanã, estão entre os mais antigos, tradicionais, caros e
populosos da capital carioca e seu índice de qualidade de vida é alto.
HISTÓRIA
“Tijuca” tem origem no tupi e significa “água suja”. Mas o significado não é tão feio quanto parece. Refere-se à região da Lagoa da Tijuca, que possui muito mangue e água parada, logo associada à sujeira. Mas era apenas de terra, barro, sem nenhuma referência a esgoto, por exemplo. Essa lagoa está separada do atual bairro da Tijuca pelo Maciço da Tijuca. O bairro atual era apenas caminho para essa lagoa, razão pela qual acabou por adquirir o nome.
Os portugueses venceram os franceses no episódio da França Antártica, em 1565, e, logo após isso, a região do atual bairro da Tijuca foi ocupada pelos padres jesuítas, que, nela, instalaram imensas fazendas dedicadas ao cultivo da cana-de-açúcar. Os jesuítas além de ótimos educadores eram mestres na agricultura!
Nessa época, foi construída uma capela dedicada a São Francisco Xavier que deu o nome à fazenda dos jesuítas mais próxima ao Centro: a Fazenda de São Francisco Xavier. Em 1759, com a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, além do declínio da educação, as suas fazendas foram vendidas a centenas de novos sitiantes e perderam a função de grande plantio.
A região passou a caracterizar-se pelas suas chácaras, mas, a partir do século XX, passou a um bairro tipicamente urbano.
URBANIZAÇÃO
Por volta de 1865, havia a primeira linha de transporte em veículos sobre trilhos no Rio de Janeiro, com tração animal, anterior ao bonde elétrico, ligando o Largo do Rocio (a atual Praça
Tiradentes) ao Alto da Boa Vista. Isto é, se tratava de regiões adjacentes à zona previamente urbanizada, como o Centro e os bairros ao seu redor, caracterizando-se, portanto, como regiões suburbanas no sentido literal.
É bom lembrar que nos Estados Unidos e na Europa, onde o processo de urbanização das cidades foi pioneiro, o subúrbio, em geral, é o espaço destinado às elites e classes médias, uma espécie de refúgio da confusão, sujeira e perigos do centro, e geralmente com casas confortáveis.
Até o início do século XX, assim também era no Rio de Janeiro. Foi a partir da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, em 1903, associada à expansão imobiliária para beira-mar da classe mais alta, que o conceito de subúrbio ganhou contornos pejorativos,
pois o proletariado migrou para lá. Mas isso não se aplicou à Tijuca e seus arredores, que sempre foram habitados por classes socioeconômicas privilegiadas.
FLORESTA
Mesmo diante da urbanização, permaneceu lá a terceira maior floresta urbana do mundo: a Floresta da Tijuca, plantada por determinação de dom Pedro II em terras de café desapropriadas, para combater a falta de água que se instalara na então capital do império.
Desde aquela época já se sabia da importância da natureza.
Trata-se de uma floresta secundária, uma vez que é fruto de um replantio, compreendendo espécies que não são nativas da mata atlântica.
POPULAÇÃO
Originalmente aristocrática, a Tijuca sempre foi um bairro valorizado do Rio de Janeiro, berço de famílias tradicionais e de uma classe média com bom poder aquisitivo. Já nos anos 80 e 90, o bairro viu surgir ou serem ampliadas várias comunidades carentes em seu redor, diante da inoperância de várias administrações públicas, fenômeno mais forte na região do que no restante da cidade, por questões geográficas. Entretanto, no início da última década houve grande valorização imobiliária devido a melhorias estruturais.