Ataque à religião em plena abertura da Olimpíada, traz à tona uma velha reflexão: como um país berço de valores éticos milenares transformou-se em sinônimo de decadência moral?
A França, uma nação que já foi um brilhante farol do Cristianismo na Europa, desempenhou um papel crucial na disseminação e consolidação da fé cristã ao longo dos séculos. Desde a conversão de Clóvis I, o rei dos Francos, no século V, até a construção de magníficas catedrais góticas, a influência do Cristianismo moldou profundamente a cultura, a moral e os valores da sociedade francesa. No entanto, a Revolução Francesa, com sua violência e ideais radicais, marcou o início de um declínio moral e ético que, segundo alguns críticos, continua a afetar o país até hoje.
O Apogeu do Cristianismo na França
A história cristã da França começa com a conversão de Clóvis I, rei dos Francos, em 496 d.C. A conversão de Clóvis ao Cristianismo foi um marco significativo, pois não apenas fortaleceu a fé entre os francos, mas também abriu caminho para a cristianização de outras tribos germânicas. Esse evento é visto como o nascimento da França cristã, que se tornaria um baluarte da fé na Europa.
A Idade Média viu a construção de algumas das mais impressionantes catedrais góticas do mundo, como a Notre-Dame de Paris, a Catedral de Chartres e a Catedral de Reims. Essas estruturas não eram apenas lugares de culto, mas são testemunhos duradouros da fé, da arte e da engenharia da época.
O valor à cultura e as universidades
Assim como todas as universidades na Idade Média, a Universidade de Paris também foi fundada pela Igreja, esta no século XII, visando a evolução das ciências, da sociedade e da razão. Conhecida como Sorbonne, tornou-se um dos principais centros de ensino teológico e filosófico da Europa medieval. A universidade contribuiu para o desenvolvimento do pensamento cristão e da cultura intelectual europeia.
A Ordem de Cluny, fundada em 910, desempenhou um papel vital na reforma monástica e na revitalização da vida religiosa na Europa. Os monges cluniacenses promoviam a observância rigorosa da regra beneditina, a construção de mosteiros e o incentivo às artes sagradas. Cluny se tornou um centro espiritual e cultural de grande importância, influenciando outras ordens e a Igreja como um todo.
A Revolução “Sanguinária” Francesa e a perseguição religiosa
A Revolução Francesa, que começou em 1789, marcou uma virada drástica para pior na história da França. Supostamente motivada por ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, com base nos princípios do Iluminismo, a revolução buscava na verdade derrubar o Antigo Regime e instituir um novo sistema, onde seus principais idealizadores seriam o poder. Esse processo foi marcado por uma violência extrema e um ataque direto à Igreja Católica. Apesar do lema mais conhecido ter sido uado para mascarar as reais intenções e ações da Revolução, o que foi usado de fato na foi o seguinte: “O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”.
Durante o período revolucionário, a Igreja Católica foi alvo de perseguição sistemática. Milhares de clérigos, fiéis e freiras foram executados, sem piedade, por se recusarem a negar a sua fé. Igrejas foram saqueadas e suas propriedades foram confiscadas pelo regime. Um assalto oficializado que até hoje não foi reparado. A tentativa de descristianização incluiu a introdução do culto à razão e a transformação de igrejas em “templos da razão”, uma ação regida por pensamentos ateus e ideologias conhecidas pelo seu ódio à fé e às religiões, que ainda são comuns, principalmente em moveimentos de esquerda radical, presentes até mesmo nas universidades, na mídia e nas artes. A destruição da influência e do patrimônio da Igreja foi um marco decadente na história na nação que tanto contribuiu para a a disseminação dos socialmente benéficos valores cristãos.
Por fim, restou a decadência
Com a queda da influência cristã, muitos críticos argumentam que a França entrou em um período de decadência moral e ética. Naturaalmente, a destruição de estruturas e valores cristãos tradicionais foi acompanhada por um crescente secularismo e relativismo moral. A ausência de um fundamento moral sólido é vista como a principal contribuição para uma série de crises sociais e políticas ao longo dos séculos seguintes, que perdura até os dias de hoje. É inegável que a França Moderna, onde a maioria da população ignora ou rejeita os valores cristãos tradicionais, adquiriu um vazio que nunca foi preenchido.