Evento da Rede Ahomar e 350.org, marcou a estreia da ferramenta.
A tecnologia vai ajudar pescadores artesanais a proteger a Baía da Guanabara, símbolo do Rio de Janeiro e fonte de subsistência para milhares de famílias.
A partir de 26 de julho, pescadores de toda a baía passaram a ter acesso ao aplicativo De Olho na Guanabara, que deixou ao alcance das mãos uma poderosa ferramenta de registro e denúncia dos frequentes impactos ambientais na Baía da Guanabara provocados pelo setor de petróleo e gás na região.
Dezenas de derrames e irregularidades ambientais ligadas à produção e ao transporte de combustíveis fósseis foram registrados na baía nos últimos anos, de maneira dispersa, pelos pescadores artesanais que circulam pelo local. No entanto, a maioria sequer foi investigada, por questões como a dificuldade em precisar o ponto do vazamento e a ausência de um canal que reúna os vários órgãos que precisam ser informados das ocorrências.
O aplicativo, desenvolvido pela 350.org e pela Associação dos Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara (Rede Ahomar), foi lançado no último dia 26, em um evento na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, com a presença de lideranças das comunidades pesqueiras e representantes dos governos municipal e estadual e do Ministério Público.
Pelo celular, pescadores, moradores e ambientalistas da região podem compartilhar com as autoridades competentes fotos e vídeos dos vazamentos, bem como identificar por georreferenciamento o local exato dos derrames e em tempo real. Para aproveitar ao máximo a ferramenta, os pescadores que quiserem também podem receber treinamento e acompanhamento do uso do aplicativo pela Rede Ahomar.
Entre as lideranças que participaram do lançamento estavam o diretor da Rede Ahomar, Alexandre Anderson, reconhecido defensor ambiental e representante dos pescadores artesanais da região metropolitana do Rio de Janeiro, e Luiz Afonso Rosário, ativista climático e responsável de campanhas da 350.org.