
Imóvel é tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). Segundo a imobiliária, o atual proprietário da casa é uma rede internacional de hotelaria. Barão de Mauá morou em casa em Santa Teresa, na região central do Rio
Cristina Boeckel/ g1
Uma casa mantida fechada, com anúncios de venda e com aparência abandonada guarda uma história rica sobre o Rio de Janeiro e alguns de seus ilustres moradores. Trata-se de uma propriedade que pertenceu a Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, que viveu no local. A casa está à venda por R$ 4,2 milhões.
Com a fachada preservada, mas as laterais descaracterizadas, o local, em Santa Teresa, Região Central do Rio, já abrigou uma escola e uma pensão que recebeu artistas como Manuel Bandeira e Djanira. O imóvel foi tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
De acordo com o responsável pela venda, a cidade possui um mercado aquecido de imóveis históricos à venda para interessados na história da cidade.
“Não é qualquer comprador que tem interesse em imóvel tombado. Tem gente que acha que imóvel tombado é aporrinhação, pois tem que conseguir adequação junto aos órgãos de patrimônio. As pessoas têm uma noção errada de que sai tudo muito caro e isso afasta muita gente. É importante que o proprietário de um imóvel tombado busque quem hábito de negociar este tipo de imóvel”, disse Claudio Andre de Castro, diretor da Sergio Castro Imóveis.
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Lateral da casa que foi habitada pelo Barão de Mauá
Cristina Boeckel/ g1
Segundo a imobiliária, o atual proprietário da casa é uma rede internacional de hotelaria. O imóvel seria usado em um projeto que acabou sendo executado de outra maneira. Castro destaca que o mercado de imóveis históricos decaiu durante a pandemia, mas está em plena recuperação.
O espaço total, contando com o quintal, conta com 1,5 mil metros quadrados na região central do Rio. Apenas a casa possui cerca de 600 metros quadrados.
Além de ser uma das moradias que abrigou o Barão de Mauá ao longo da vida, o local também abrigou, na década de 1940, a Pensão Mauá, iniciativa da pintora Djanira. O local contou com a presença de diversos artistas brasileiros e estrangeiros em suas dependências como o poeta Manuel Bandeira, e os artistas Carlos Scliar e Milton Dacosta, entre outros.
Anos depois, a construção se tornou uma escola que atendeu a vários moradores do bairro.
De acordo com Cláudio André, além dos cariocas, entre os compradores interessados neste tipo de imóveis estão os estrangeiros que desejam investir na cidade.
“Geralmente é um comprador que tem um plano de empreendimento para o local ou, como acontece muito em Santa Teresa, os estrangeiros, que investem milhões por ano na região. Chegam, se apaixonam e depois dizem: ‘Quero isso aqui’”, contou.
Em muitos casos, eles reformam e alugam para empreendimentos comerciais, que o corretor acredita ser a vocação do imóvel.
“Ela tem uma vocação comercial. Nada impede que ela seja usada para fins residenciais, mas a vocação é mais comercial pelo grande movimento”, completou.
Detalhe da fachada da casa onde Barão de Mauá viveu em Santa Teresa
Cristina Boeckel/ g1