Série encerrou após quatro episódios, mas o RJ1 levou proposta do setor de reciclagem para a criação de um canal de denúncia direto e exclusivo para esse tipo de furto para o prefeito do Rio e para o governador. Rota do furto: prefeito e governador comentam propostas de recicladores
A investigação feita pela série de reportagem Rota do Furto, do RJ1, mostra que o cobre furtado no Rio de Janeiro costuma ser vendido para ferros-velhos antes de ir para depósitos de sucata. O setor de reciclagem propôs a criação de um canal de denúncia direto e exclusivo para o tipo de furto.
De acordo com a categoria, essa forma de denunciar o furto ou um material suspeito seria uma maneira de flagrar a ação criminosa com mais facilidade.
“A nossa ideia é que seja feito um grupo de trabalho entre as autoridades, as concessionárias que estão segundo furtadas e o reciclador. A criação de um aplicativo, junto com a concessionária, alertando onde está tendo aquele furto num determinado material ou a suspeita do ferro-velho”, diz Eduardo Macedo, gerente técnico da CRR Recicladora.
Para ele, muitas vezes os recicladores são injustiçados quando estão com material suspeito.
Atrás de cobre, ladrões têm invadido cemitérios e depredam túmulos atrás do material, comprado por ferros-velhos à margem da lei.
Reprodução/ TV Globo
No entanto, uma coisa é certa: só existe furto, porque há quem compre esse material. Michel Assef Filho analisa que os recicladores também querem resolver o problema, já que a reciclagem é uma atividade necessária.
“O reciclador de bem quer ajudar a resolver o problema. A reciclagem pega toneladas de material e recicla licitamente todos os dias”, afirma o representante da Associação dos Recicladores do Estado (ARERJ).
A diretora da CRR Recicladora quer que uma fiscalização mais rigorosa seja feita.
“A gente sugere que a própria polícia e os órgãos de fiscalização possam trabalhar de forma mais eficiente e consciente sem fazer uma taxação negativa do setor de reciclagem, que exerce uma importância absurda”, destaca Anice Torres.
A série Rota do furto
Segunda-feira, 25: equipamentos de sinais de trânsito
Terça-feira, 26: cabos alimentadores dos trens
Quarta-feira, 27: iluminação pública
Quinta-feira, 28: peças de cemitério
Em junho, o governo do RJ lançou o aplicativo sucata online. O objetivo é cadastrar todos os vendedores e a mercadoria comprada e vendida, com dados de volume, peso e valores.
O representante da ARERJ propôs que o aplicativo tenha uma atualização que explique como denunciar os materiais ilícitos.
Quanto às propostas, o governador Cláudio Castro disse que pode incorporar a ideia ao aplicativo existente e que vai chamar os representantes para traçar estratégias, mas fez críticas.
“Tudo o que vier pra agregar é bom. A única coisa que a gente não vai mais aceitar é que toda vez que se dá uma proposta, eles não cumprem e vêm com novas propostas, nós acolhemos e eles não cumprem outra vez”, destaca o governador.
Nos últimos anos, as investigações da Polícia Civil descobriram uma mudança no perfil dos furtadores de cabos
Reprodução/ TV Globo
Castro concorda que falta fiscalização e afirmou que haverá concurso público para aumentar o efetivo dos batalhões. Para ele, a Supervia também devia adotar a segurança patrimonial.
“Jogar nas costas do governo é muito simples quando a própria concessionária não faz sua parte”, critica.
O prefeito Eduardo Paes também fez críticas ao setor da reciclagem.
“Tem que trabalhar em conjunto, não tem dúvida. Mas, por exemplo, eu digo pra essa associação que eles podiam garantir que seus associados, supostamente legalizados, não comprem material de origem desconhecida como a gente viu na denúncia do RJTV”, afirma o prefeito.
Ele também aponta outro caminho. “Podiam apontar para a prefeitura quem são esses concorrentes que eles têm que estão ilegais para que a gente possa agir contra eles”, completa.

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