O Parque Nacional da Tijuca foi uma das primeiras grandes áreas naturais protegidas no mundo. Confira a sua história.

São nada menos do que 54 atrações que despertam o interesse de todos os visitantes, e algumas delas cartões postais conhecidos internacionalmente, como o Parque Lage e o Corcovado. E tudo isso veio de herança da conservação e da recuperação dessa área ao longo da história.

Então, não é à toa que, em 2019, a unidade de conservação manteve a posição de Parque mais visitado do país chegando a quase 3 milhões de turistas recebidos durante todo o ano. Com esse currículo, vale a pena conhecer um pouco dessa história.

HISTÓRIA

Em 1861, as florestas da Tijuca e das Paineiras foram declaradas por D. Pedro II como Florestas Protetoras e teve início então um processo de desapropriação de chácaras e fazendas, com o objetivo de promover o reflorestamento e permitir a regeneração natural da vegetação.

Ainda hoje é possível identificar pés de café, construções e ruínas das antigas fazendas, como a Solidão, Mocke e Midosi, entre outras. Pode-se dizer que a Tijuca está entre as áreas protegidas pioneiras no mundo, já que é mais antiga até do que Yellowstone, o primeiro Parque Nacional, criado em 1872, nos Estados Unidos.

A MISSÃO

A missão do reflorestamento foi confiada ao Major Manuel Gomes Archer, que iniciou o trabalho com seis escravos, alguns feitores, encarregados e assalariados que deram início ao reflorestamento.

Em apenas 13 anos, mais de 100 mil árvores foram plantadas, principalmente espécies da Mata Atlântica. O substituto do Major Archer, o Barão d’Escragnolle, manteve os esforços de reflorestamento e iniciou também um trabalho de paisagismo voltado para o uso público e a contemplação. Sob coordenação do renomado paisagista francês Auguste Glaziou, a floresta foi transformada em um belo parque com recantos, áreas de lazer, fontes e lagos. A aleia de eucaliptos e algumas pontas que vemos hoje são resquícios deste trabalho.

O plantio teve continuidade nos anos seguintes e, associado ao processo de regeneração natural, formou a grande floresta existente hoje no Maciço da Tijuca.

DEGRADAÇÃO E RECUPERAÇÃO

Após anos de relativo abandono e esforços pontuais de manutenção, a Floresta da Tijuca teve um período de forte revitalização na gestão do milionário e mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya, na década de 1940. A revitalização incluiu a abertura dos Restaurantes Esquilos, Floresta e Cascatinha, a consolidação das vias internas e os recantos e projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx.

Em 1961, o Maciço da Tijuca – Paineiras, Corcovado, Tijuca, Gávea Pequena, Trapicheiro, Andaraí, Três Rios e Covanca – foi transformado em Parque Nacional, recebendo o nome de Parque Nacional do Rio de Janeiro, com 33 km². Seis anos depois, em 8 de fevereiro de 1967, seu nome foi definitivamente alterado para Parque Nacional da Tijuca e, em 4 de julho de 2004, um Decreto Federal ampliou os limites do Parque para 39,51 km², incorporando locais como o Parque Lage, Serra dos Pretos Forros e Morro da Covanca.

O PARQUE

O patrimônio natural é sem dúvida o mais conhecido e consagrado no Parque, mas sua ocupação ao longo de quatro séculos gerou uma valiosa herança histórico-cultural, que hoje se constitui em um importante acervo a ser preservado.

Dividido em três setores de visitação – Floresta, Serra da Carioca e Pedra Bonita/Pedra da Gávea – o PNT tem opções de programas para todos os públicos: desde áreas para piquenique e churrascos até voo livre, escalada, trilhas e outras atividades. Entre os famosos cartões postais do país, temos o Morro do Corcovado, onde está localizada a estátua do Cristo Redentor, uma das sete maravilhas do mundo moderno, a Vista Chinesa, Pedra da Gávea, Parque Lage e Paineiras.

FAUNA E FLORA

O Parque Nacional da Tijuca possui uma fauna relevante tanto de invertebrados quanto de vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Os animais invertebrados possuem um importante papel no ecossistema, contribuindo para a decomposição de matéria orgânica e a ciclagem de nutrientes, realizando a polinização das plantas para produção de frutos e atuando como elementos fundamentais na cadeia alimentar. Os vertebrados são fundamentais para o equilíbrio ecossistêmico e para a manutenção dos processos ecológicos, interagindo de forma complexa com o ambiente e os seres vivos. A fauna de vertebrados no Parque Nacional da Tijuca é relativamente diversa e inclui espécies de mamíferos de médio porte, répteis e espécies de pequeno porte como anfíbios e aves. O Parque Nacional da Tijuca apresenta uma biodiversidade significativa de plantas, com 1619 espécies vegetais, sendo que destas, 433 estão ameaçadas de extinção.

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