Apesar de sua criação oficial ter ocorrido apenas ao final do século XX, por decreto, o catete já existia com toda a sua riqueza cultural e histórica, que pode ser vista com um simples passeio por suas ruas, onde muitas construções conservam o passado.
A rua do Catete já “existia” antes mesmo da instalação dos portugueses na cidade. Para ser mais exato, o que havia era o “Caminho do Catete”, onde hoje é a rua, e que beirava os rios Carioca e Catete, uma área povoada pelos índios tamoios. Ali, franceses e portugueses travaram batalhas.
Para enriquecer ainda mais sua história, o escritor Machado de Assis, fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, e tido por muitos como o maior escritor da história do Brasil, morou naquela rua ao final do século XIX.
E para completar o tesouro cultural do bairro, eis que torna-se a sede do Governo Federal, o que gerou a urbanização da região, até 1960, quando a capital foi transferida para Brasília.
Mais tarde, a região obteve grande valorização, com a construção de edifícios residenciais comerciais, que se mesclaram às construções históricas.
LARGO DO MACHADO
E não se pode falar do Catete, sem mencionar o Largo do Machado, repleto de curiosidades.
Antes de se tornar um grande largo, o local era uma lagoa, onde desaguava o Rio Carioca, e que possuía três nomes: do Suruí, da Carioca e Sacopiranha. Uma pena para muitos, o fato é que o desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro, fez com que ela fosse aterrada, passando o local a s chamar Campo das Laranjeiras, em referência às árvores.
Somente no início do século XVIII que o nome passou a ser o atual. Uma justa homenagem a Machado de Assis, correto? Errado! Essa é uma confusão comum, porque o intelectual morou na região, mas ele nasceu e viveu no bairro somente alguns anos depois.
Mas de onde veio o nome Machado? É que no século XVIII, fez-se uma referência ao oleiro André Nogueira Machado, proprietário de terras.
Mais tarde, um açougueiro também de sobrenome Machado, montou um açougue e em sua fachada havia um grande machado. Que marketing, heim!
Mas a história não parou por aí. O nome mudou para Largo da Glória, devido à construção da Igreja de Nossa Senhora da Glória, em frente ao Largo. E posteriormente foi renomeado para Praça Duque de Caxias, tendo até recebido uma estátua do militar, transferida mais tarde para a Avenida Presidente Vargas, onde está até hoje. Mas ainda no século XIX o lugar voltou a se chamar Largo do Machado.
A região tem relevante importância histórica, tanto que sediou a estação central da primeira linha de bondes do Rio de Janeiro, em 1968.
A região tem relevante importância histórica, tanto que sediou a estação central da primeira linha de bondes do Rio de Janeiro, em 1968.