Em mais um round da queda de braço entre comerciantes e moradores contra Governo Federal, Câmara dos Deputados do Estado se posiciona.

Por Luiz Jardim

É briga de cachorro grande, como se diz na gíria popular. Afinal, trata-se de uma luta do Governo Federal com moradores de uma das regiões mais valorizadas do país, sem exagero algum.

Em mais um capítulo desta novela que se tornou o destino da Cobal do Humaitá, a Câmara dos Deputados Estaduais do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) finalmente se posicionou e saiu em defesa de moradores e comerciantes, que em sua ampla maioria desejam a continuidade do mercado popular na região. Em votação no final de novembro, ela tombou o espaço, dificultando, assim, qualquer alteração no local, ao menos a princípio.

TOMBAMENTO

A aprovação do tombamento ainda depende da sanção do governador do estado, Wilson Witzel. Na verdade, ninguém sabe ao certo o que pode acontecer daqui para frente, pois o tombamento impede alterações físicas no local, mas o espaço continua sendo do Governo Federal, que já demonstrou a intenção de se desfazer do imóvel.

POLÊMICA

A polêmica começou em outubro, quando a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela administração, informou por meio de nota que o espaço, antes destinado para o abastecimento de alimentos, fora desvirtuado de seu propósito de existência, passando a ter mais negócios voltados para o entretenimento, como bares e restaurantes, e não mais a distribuição de alimentos. São negócios que, inclusive, fogem de sua alçada. O local também possui diversos problemas estruturais e tudo isso somado leva o Governo Federal a tentar repassar o imóvel para a prefeitura, estado ou mesmo para a iniciativa privada.

FUTURO INCERTO O temor de boa parte dos moradores é que ali se transforme em mais um empreendimento imobiliário, tendo em vista o grande espaço ocupado e sua megavalorização. Caso isso ocorra, além de acabar com uma área que tornou-se de usufruto da população local, seja para compras ou diversão, iria ter reflexos negativos na estrutura da região já sobrecarregada, como no trânsito e no saneamento. Para os lojistas, trata-se de sua sobrevivência. Há comerciantes tradicionais que estão na Cobal há décadas. Resta-nos agora aguardar as cenas do próximo capitulo.

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